RH humanizado – discurso ou realidade?

Na semana passada apresentei o relato de um caso que encontrei em um livro de 1993, que contava a história da demissão de um colaborador, que foi indenizado com 2 salários e ainda teve seus benefícios médicos mantidos. Mesmo assim ficaram traumas, tanto que sua família ficava tensa toda vez que ele chegava mais cedo do trabalho.

E como anda essa relação atualmente entre empresa e colaborador?

Hoje as empresas estão falando muito sobre RH Humanizado, que se apresenta como sendo algo inovador, afinal de contas, se diz que nos dias atuais o RH não faz mais somente a ponte entre empresa e colaboradores, mas ele busca enxergar o colaborador como um profissional completo, que tem limitações, problemas, esperanças e vontades, ou seja, esse novo conceito diz que o RH tem um olhar mais voltado ao sentimento de cada pessoa.

O objetivo do RH Humanizado é valorizar e permitir que os colaboradores desenvolvam e explorem o próprio potencial, para em troca propiciar benefícios ligados ao desempenho.

Algumas empresas se orgulham em dizer que são referência em RH Humanizado, divulgam que possuem certificações e selos como melhores empresas para se trabalhar, mas o que explica que uma boa parte dos colaboradores dessas empresas está estressada, depressiva, e muitos precisam tomar remédios tarja preta para controlar a ansiedade e o pânico?

A realidade é que o conceito de RH Humanizado é lindo, porém o que se vê no dia a dia é que ele é pouco praticado, tanto por gestores, como pelos profissionais de RH. Há carência de ações reais de humanização e isso fica evidente no momento da demissão.

No caso da demissão de 29 anos atrás era permitido até mesmo que o demitido usasse as instalações da empresa para procurar outro emprego. Já hoje, é comum o colaborador ser proibido de se despedir dos colegas de trabalho, isso quando não é convidado a se retirar da empresa acompanhado por seguranças.

Por mais humanização no trabalho em todos os dias, inclusive no dia da demissão.