Formação de empresários

Hoje quero abordar as lacunas que as instituições de ensino superior no Brasil não sabem aproveitar. As oportunidades para a criação de novos cursos, seja na graduação ou na pós graduação são imensas, mas infelizmente há um tapa olho, que poucas instituições tem a coragem de tirar, pois estão presas a um modelo que está com o prazo de validade vencido e que pouco interage com as empresas.

Querem um exemplo de como há pouca conexão com o mercado? Quantos dos professores que são mestres, doutores passaram algum tempo de suas vidas dentro de uma organização empresarial? Claro, há exceções, mas hoje uma grande maioria dos professores só sabem teorias, com pouco ou nenhum conhecimento prático. E quem atua no mercado sabe muito bem que entre o que está escrito na teoria dos livros e o que acontece efetivamente nas empresas, há um abismo.

Pergunte para um estudante de um MBA que atua no mercado, quais são as melhores aulas. Talvez você se surpreenda ao ouvir que as melhores são aquelas dos professores que possuem experiência de mercado, justamente pelo fato de conseguirem vincular teoria e prática.

É difícil de aceitar que hoje continuemos preparando nossos estudantes basicamente para serem colaboradores, sendo que o mercado vem sinalizando há muito tempo, sobre as oportunidades para quem quer empreender, ser dono do seu negócio. Pouco se ensina como abrir uma empresa, o que é por exemplo um CNPJ, quais os regimes tributários, sobre gestão financeira, mercado financeiro e bancário e logística (que aliás a grande maioria acha que é só transporte) e por aí vai. A pessoa que abre um negócio, praticamente começa do zero e vai aprendendo no dia a dia. Olha aí a oportunidade de um curso para formação de empresários! Algo tão básico e que não temos.

E voltando ao que citei lá no início, temos uma gama de oportunidades para cursos que hoje não existem. Vemos por exemplo as redes sociais o surgimento de diversos cursos online buscando suprir essa demanda, mas o problema é que são cursos ainda pouco estruturados, com diversas deficiências e que cometem os mesmos erros do ensino tradicional, principalmente quanto a falta da prática e interação com o mercado.

Por enquanto, ficamos na torcida para que nossas instituições de ensino consigam ter esse novo olhar para as demandas do mercado!