A importância da doação de órgãos

A importância da doação de órgãos

Infelizmente muitas lendas e mitos ainda permeiam o imaginário popular.

Hoje vou falar sobre um assunto diferente do que costumo abordar neste espaço, mas que é relevante e enfrenta resistência por parte de muitas pessoas, talvez por entenderem que nunca vai acontecer com elas.

Meu único irmão, que é o Elson Kunze, enfrentou por mais de 20 anos uma doença cardíaca grave e só está vivo porque uma família autorizou a doação do coração de um familiar que faleceu em um acidente. Hoje no Brasil são mais de 50.000 pessoas que aguardam na fila de transplantes o momento de receberem o SIM de uma família para a doação de órgãos.

O transplante é indicado em casos de portadores de doenças graves e que não respondem aos tratamentos convencionais com medicamentos ou outras cirurgias. Todos os dias pessoas são incluídas nessa fila, enquanto outras saem, alguns por receberem uma doação e terem a chance de uma nova vida e outros por não ter mais tempo para esperar. Em média 10 pessoas morrem por dia por não conseguirem uma doação compatível.

Em vida é possível doar um dos rins, parte do fígado ou dos pulmões, mas apenas entre doador e receptor da mesma família. Casos excepcionais necessitam de uma autorização judicial que comprove algum tipo de vínculo. Quando a doação é proveniente de doador falecido, no Brasil é utilizado o modelo de doação consentida, ou seja, independentemente de qualquer registro deixado em vida, pela lei em vigor é sempre a família que autorizará, ou não, a doação dos órgãos ou tecidos. E esse é um dos maiores entraves para um maior número de doadores, pois mais de 40% das possíveis doações são negadas pela família. A maior parte dessas negativas é pelo simples fato dos familiares desconhecerem a vontade do doador, pois não há essa conversa em vida. A cada recusa, até 8 pessoas deixam de ser salvas com a doação de um órgão, e mais de uma dezena deixam de ser beneficiadas com a doação de tecidos. Infelizmente muitas lendas e mitos ainda permeiam o imaginário popular, e órgãos que poderiam salvar vidas estão apodrecendo debaixo de sete palmos de terra ou simplesmente virando fumaça e cinzas.

Por isso é importante a conscientização de um maior número de pessoas de que ser um doador de órgãos é seguro. Temos o maior sistema público de transplantes do mundo (via SUS) e o controle da fila é rígido e extremamente controlado e fiscalizado. Você se declarar um doador de órgãos não causa nenhum risco à sua vida, e a única coisa que você precisa fazer é avisar a sua família.

Bora Doar?


Autor
Wilson Kunze

Bacharel em Administração, Especialista em Gestão de Pessoas e Tutor em EAD.

Palestrante | Facilitador | Mentor I Consultor I Professor I Escritor.

(18) 98125-0559