A dependência

A dependência

“Uma pitada de humor sobre...”

Faz um tempo que escrevi o caso que vou contar para vocês, parcialmente baseado numa experiência que vivi.

Nesta madrugada acordei em torno das 3 horas da manhã para ir ao banheiro e ao apertar o interruptor que fica na cabeceira da cama, me dei conta que estava sem energia elétrica em casa. A solução foi apelar para a memória e ao tato para chegar ao destino almejado (deixo para vocês imaginarem qual era).

Depois disso, a passos lentos e deslizando as mãos nas paredes, fui ver se o problema era só na minha casa ou também na vizinhança. Ao constatar que as ruas estavam escuras, me dei conta que era uma queda de energia generalizada. Fui pegar o celular que tinha deixado na cozinha para ver notícias, me dei conta que não tinha Wi-fi e nem “sinal” (aliás sinal de celular nunca pega em casa mesmo).

Pensei comigo "vou assistir televisão" e pasmem, não ligava por uma questão óbvia. Passado algum tempo comecei a sentir o impacto na pele por não conseguir ligar o ar condicionado (e que calor de lascar). Quem mora em Presidente Prudente sabe bem o que é. Com o controle do ar condicionado na mão, comecei a refletir sobre o quanto somos dependentes de coisas que o homem criou e que se deixarem de funcionar, tornam a nossa vida um caos. Sem energia elétrica vem uma sensação de impotência. Sensação essa que provavelmente nem na pré-história ocorreu, pois a diferença é que nós vivenciamos o que nossos antepassados não tinham. E você ter tido uma experiência confortante e perdê-la, é algo no mínimo estranho.

É fato um tanto óbvio que a falta de energia elétrica seria um retrocesso para épocas pré-históricas, mas a realidade é que não costumamos pensar sobre o impacto dela sobre o nosso cotidiano. As indústrias são totalmente dependentes dela, assim como a cadeia de alimentos, a comunicação, a segurança, o acesso e controle das informações, o sistema financeiro (afinal de contas, sem energia elétrica, os recursos em bancos e as aplicações em criptomoedas simplesmente deixariam de fazer sentido). Pense que tudo seria zerado. Acredito que os endividados ficariam felizes.

É como se a água potável do nosso planeta tivesse acabado. E o que fazer agora? Lembrei que de manhã precisarei abastecer meu carro para chegar ao trabalho, pois o combustível já está na reserva e foi daí que me dei conta que a bomba do posto não funciona sem energia. Ah, mas talvez seja possível tirar do tanque do posto uns 5 litros com um baldinho e uma cordinha. Olha só a imaginação. Somos criativos, não é mesmo? Mas o bicho pegou ao lembrar que tenho na geladeira um remédio de uso diário pra sobreviver, que precisa ser mantido em baixa temperatura. A essa altura começo a ficar cada vez mais tenso. A bateria do celular está quase acabando... será que temos vela em casa? Lembro que não vai adiantar, pois faz tempo que não compro fósforo! E daí acabo acordando!

Será que foi sonho ou pesadelo?


Autor
Wilson Kunze

Bacharel em Administração, Especialista em Gestão de Pessoas e Tutor em EAD.

Palestrante | Facilitador | Mentor I Consultor I Professor I Escritor.

(18) 98125-0559